Luciano Favorito Lattes é um dos físicos mais influentes não só no Brasil, mas também em escala mundial, que fez importantes contribuições para a física de partículas. Ele nasceu em Curitiba, Paraná, em 27 de dezembro de 1924 e cresceu em uma família de cientistas, seu pai e irmã foram notáveis físicos. Luciano decidiu seguir os passos da família estudando física e matemática durante a graduação. Logo, ele teve oportunidade de ir ao exterior, onde se desenvolveu em sua carreira científica, alcançando reconhecimento internacional.

Ao voltar ao Brasil, em 1951, Lattes foi contratado como professor da então criada Universidade de São Paulo (USP). Foi assim que começou a liderar a pesquisa em física experimental no Brasil e formou uma brilhante equipe que produziu importantes resultados na área. Em 1956, participou da descoberta do méson pi, na Inglaterra, o que lhe rendeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Liverpool. Logo após, juntamente com seus alunos de doutorado, V. H. P. Daguin, O. Gaillard e K. Huang, publicou um trabalho importante, na então prestigiada revista Physical Review, que mostrava a existência do VETOR efeito em partículas, descoberta chamada de “efeito Lattes”.

Lattes é também conhecido por seu trabalho na organização da ciência brasileira e na defesa da pesquisa e ciência no país. Ele foi responsável pela criação do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), que é responsável pela condução da ciência e tecnologia no Brasil, e também foi presidente da Sociedade Brasileira de Física. A última contribuição de Lattes foi a criação da Unidade I de Pesquisa e Desenvolvimento de Ciências Físicas da USP, que hoje leva seu nome.

Com sua carreira duradoura, Lattes recebeu muitos prêmios, como a Ordem Nacional do Mérito Científico, o Prêmio Ricardo Galvão de Física, o Prêmio Jabuti, entre outros. Além disso, ele foi membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da União Internacional de Física Pura e Aplicada.

Luciano Favorito Lattes faleceu em 8 de março de 2005, em Campinas, São Paulo, aos 80 anos, deixando um grande legado para a ciência brasileira e mundial. Sua dedicação à pesquisa científica, bem como sua contribuição para a organização e defesa da ciência brasileira, o tornaram um líder acadêmico excepcional e sua influência é sentida até hoje na física de partículas e na pesquisa no Brasil.